Nos próximos dias, 63 cozinhas vão funcionar para produzir e distribuir refeições na Grande Fortaleza
Quando ficou desempregada, Lucilene Abreu, de 40 anos, batia de porta em porta na vizinhança pedindo ajuda e doação de alimentos. Hoje, ela contribui para garantir 100 refeições que serão distribuídas diariamente a pessoas da comunidade Santa Filomena, no Jangurussu, em Fortaleza, por meio do Programa Ceará sem Fome. O governador do Estado em exercício, Evandro Leitão, e a primeira-dama do Ceará, Lia de Freitas, visitaram a unidade nesta quarta-feira (13).
É na cozinha Olhando Pra Frente que Lucilene agora tempera o cotidiano da comunidade com esperança. A cozinha é uma das Unidades Sociais Produtoras de Refeições (USPRs) selecionadas mediante edital pelo Governo do Ceará, por meio da Secretaria do Desenvolvimento Agrário, para atender pessoas em insegurança alimentar grave, mas que não foram selecionadas para receber o cartão do Programa Ceará Sem Fome .
“Na hora que eu mais precisei, quando estava na pobreza mesmo com as minhas crianças, eu encontrei ajuda. Hoje, tenho esse privilégio de estar aqui cozinhando para várias pessoas, com o apoio desse programa [Ceará sem Fome]. É uma emoção muito grande”, conta Lucilene.
Até o momento, já são 26 cozinhas em funcionamento na Capital cearense, com produção diária de 2.600 refeições. Nos próximos dias, a expectativa é de chegar a 63 cozinhas distribuindo alimentações na Grande Fortaleza, incluindo seis unidades em São Gonçalo do Amarante, duas em Paraipaba e quatro em Caucaia.
Durante a visita no Jangurussu, Evandro Leitão reforçou o compromisso com a erradicação da fome no Ceará. “Até o fim desta semana, teremos mais de 50 cozinhas instaladas em Fortaleza. A fome é a maior dor de um ser humano. Todos os dias percorremos as cozinhas sociais porque nosso propósito é dar dignidade às pessoas”, concluiu.
Ao todo, serão cerca de 1.298 cozinhas funcionando nas diversas regiões do Ceará, com um total de 100 mil refeições diárias. O investimento é superior a R$ 87 milhões até dezembro deste ano.
A primeira-dama do Estado e presidente do Comitê Intersetorial de Governança do Programa Ceará Sem Fome, Lia de Freitas, enfatizou que o trabalho de mãos dadas e ágil é fundamental no combate à fome. “Estamos nos empenhando ao máximo para atender 100 mil pessoas por dia. Em Fortaleza, já são quase 5 mil. A meta é trabalhar junto às cozinhas selecionadas para chegar a essas pessoas. Nossa gratidão a todos e todas que atuam nas cozinhas”, pontuou.
Somado a isso, o Estado já investiu, também no Ceará Sem Fome, quase R$ 37 milhões nas entregas de mais de 43 mil cartões que são recarregados mensalmente com R$ 300 para a compra de alimentos. Com isso, são atendidas mais de 200 mil pessoas em extrema pobreza nos 184 municípios cearenses.
Nesse esforço coletivo, as cozinhas tornam-se espaços onde as comunidades se reconhecem e fortalecem. É o que afirma o empreendedor social e fundador da Olhando Pra Frente, Jardel Silvestre, 33. “Com o Ceará Sem Fome, nós, que já ajudamos a quem precisava, vamos voltar a produzir refeições de segunda a sexta e atender esse público que precisa muito”, ressaltou.
Patrícia Evangelista de Menezes, 47 anos, deseja um futuro diferente para famílias que ainda enfrentam insegurança alimentar. “Eu tenho três filhos. Sei como é a dificuldade do meu filho acordar pedindo um pão, leite, e eu não poder dar. Essa é a realidade de muitos aqui. Eu já cheguei a pedir esmola para comer. Fiquei muito feliz em saber que a nossa comunidade foi contemplada com o programa. Isso é garantia que nenhuma criança vai amanhecer com fome”, disse Patrícia.
Além do cartão e do apoio às cozinhas, o Ceará Sem Fome também tem como estratégia ações que gerem emprego e renda para as pessoas que sejam beneficiárias do CadÚnico, por meio de um pacto entre poder público, sociedade civil e entidades privadas.
Larissa Falcão – Ascom Casa Civil – Texto
Rosane Gurgel/Casa Civil – Fotos