Governo do Ceará contará com R$ 1,8 milhão da União para reforçar ações de combate à fome

Recursos serão disponibilizados via BNB e destinam-se à compra de alimentos para abastecer cozinhas solidárias e ao empreendedorismo rural

Nesta sexta-feira (27), em evento realizado na sede do Banco do Nordeste, em Fortaleza, nas presenças de agricultores participantes do Programa Agroamigo, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Wellington Dias, e o governador Elmano de Freitas assinaram um termo de compromisso com o intuito de executar R$ 1.845.000,00 de recursos do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), disponibilizados pelo MDS ao Ceará para a aquisição de alimentos destinados exclusivamente a abastecer as Unidades Sociais Produtoras de Refeições do Programa Ceará Sem Fome, que buscam combater a fome e a insegurança alimentar e nutricional. No total, o MDS projeta disponibilizar cerca de R$ 25 milhões do PAA para apoiar o abastecimento de cozinhas solidárias.

Para o governador Elmano, “esse protocolo nos coloca de frente com o desafio de, efetivamente, sermos solidários com quem passa fome, com quem não tem oportunidades, que precisa de uma ação imediata do Estado brasileiro”.
Mas, para além das ações, o chefe do Executivo cearense observou que a meta a ser perseguida é a superação da pobreza. “Não queremos sonhar pequeno, não chegamos aqui para fazer projetos que não tenham ousadia. Queremos fazer mais que acolher as pessoas e ajudá-las a superar fome, mas garantir um processo político, econômico no país e nos estados para que essas pessoas tenham oportunidade de sair da pobreza”, afirmou.

Na sua visão, o empreendedorismo é uma das principais alternativas para a superação da pobreza e defendeu, em paralelo às ações imediatas, via programas como o Bolsa Família e o Ceará Sem Fome, o desenvolvimento de um trabalho de capacitação das famílias atendidas e o “fornecimento de crédito, num patamar de juro razoável”, para que invistam e que o negócio seja viável. “Esse sim é um caminho extraordinário para superarmos a extrema pobreza e a pobreza em nosso estado”, afirmou.

Wellington Dias também visitou a cozinha da Associação de Moradores Maria José Souza, localizada no bairro Castelão, que atende, principalmente, mães de 140 crianças e jovens, de sete a 24 anos, que participam de programas esportivos desenvolvidos pela associação e/ou apoiados pelo CFO (Centro de Formação Olímpica). Na ocasião, o ministro participou da entrega de quentinhas, bem como de kits do Programa Criando Oportunidades para 20 pessoas da comunidade, que participaram de um curso para formação de confeiteiros, juntamente com a primeira-dama do Ceará e presidente do Comitê Intersetorial de Governança do Programa Ceará Sem Fome, Lia de Freitas, e da secretária de Proteção Social, Onélia Santana. Na ocasião, também assinou um protocolo de intenções para o repasse de R$ 500 mil que serão destinados à capacitação e à inclusão socioeconômica dos beneficiários do programa.

O ministro parabenizou ambas pelo amplo trabalho que estão realizando, principalmente na área social. “Isso é muito importante”, afirmou, acrescentando que “a diretriz primeira do presidente Lula é integrar esforços, Governo Federal, estado, municípios, comunidade, para o enfrentamento desse desafio, que é tirar o país do mapa da fome”. Ao mencionar a liberação dos R$ 1,8 milhão do PAA para aquisição de alimentos, assegurou: “Vamos liberar muito mais, para seguir com esse trabalho”.

A primeira-dama Lia de Freitas agradeceu ao ministro e ao governador Elmano de Freitas pelo repasse de recursos para a compra de insumos para a produção das refeições nas cozinhas do Ceará Sem Fome. Referindo-se aos que atuam no âmbito do programa, comentou que uma indagação é permanente entre as equipes: “como é que a gente produz tanto e tem tanta mesa e pratos vazios?” Nas suas palavras, “a parceira com o MDS é importantíssima e, em breve, vem boas novas para as cozinhas, numa segunda fase do programa, que será para trazer mais capacitação, criar oportunidades e aumentando os recursos, para, a partir das cozinhas, dar condições para que as famílias possam comprar o próprio alimento”.

A titular da Secretaria de Proteção Social, Onélia Santana, na mesma linha de raciocínio, destacou a importância de apoiar a independência financeira das famílias, que atualmente dependem de programas sociais para sobreviverem. Destacou os programas criados pelo ex-governador Camilo Santana, que foram não apenas mantidos, mas ampliados pelo governador Elmano, notadamente, os voltados para a qualificação profissional, com vistas a proporcionar autonomia econômica às famílias e não apenas a solução de carências imediatas, como a necessidade da alimentação.

As irmãs sexagenárias Maria de Fátima e Jordelina Carneiro Pimenta estão entre as beneficiárias da cozinha solidária da Associação de Moradores Maria José Souza. “Essa comida é uma bênção de Deus, para quem precisa. Não tem sol nem calor que impeçam a gente vir buscar nossas quentinhas”, comentou Maria de Fátima, com “imensa satisfação, porque, na terça-feira, além do almoço, ainda tem a sopa, que levamos pra casa”. Segundo ela, “essa ajuda do governo é muito importante, porque a gente não precisa fazer almoço na semana, somente sábado e domingo e ainda economizamos, para comprar remédios”, justificou.

Ceará Sem Fome

O Programa Ceará Sem Fome já ultrapassou a marca de 1 milhão de refeições distribuídas, desde a abertura da primeira cozinha do programa, em 4 de setembro último. Mais de 800 cozinhas estão em funcionamento, na capital e no interior, com quase 80 mil refeições distribuídas diariamente a pessoas em situação de extrema pobreza no Estado. A meta do programa é de 100 mil marmitas, de segunda à sexta-feira. Com o Cartão do programa, cerca de 43 mil famílias em situação de vulnerabilidade social, recebem R$ 300 por mês, em 184 municípios.

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