Governo do Ceará avança na integração entre o Ceará Sem Fome e a Secretaria da Saúde para ampliar o cuidado às famílias atendidas

Ação integrada deve ser lançada em 2026 e vai fortalecer a atenção primária, o acompanhamento nutricional e o cuidado em saúde mental dos beneficiários

Texto por Euziane Bastos/Ascom Ceará Sem Fome
Fotos por Larissa Morena/Ascom Ceará Sem Fome

O Programa Ceará Sem Fome, do Governo do Estado, deu mais um passo importante para ampliar o cuidado às famílias atendidas. Nesta terça-feira (9), representantes do Programa e da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) se reuniram para alinhar o início de uma nova ação integrada, que terá foco no fortalecimento da atenção primária, no acompanhamento nutricional e no cuidado em saúde mental da população em situação de vulnerabilidade que é atendida nas cozinhas da política pública.

A iniciativa surge como cumprimento da intersetorialidade prevista entre o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), o Ministério da Saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS) e o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan), e parte da compreensão de que as cozinhas do Ceará Sem Fome são espaços estratégicos para promoção da saúde nos territórios. Como esse público está diariamente nesses equipamentos, se torna possível fortalecer a articulação entre equipes de saúde da família e equipes de assistência social, ampliando o cuidado oferecido às famílias em vulnerabilidade. A ação também reconhece que diversas cozinhas já desenvolvem ações espontâneas de promoção à saúde, e o objetivo agora é institucionalizar, fortalecer e aprimorar esse trabalho.

A reunião contou com a presença da primeira-dama do Estado e presidente do Comitê Intersetorial de Governança do Programa Ceará Sem Fome, Lia de Freitas; da secretária da Saúde do Ceará, Tânia Coelho; e de representantes das equipes do Programa e da Sesa.

Sesa e Ceará Sem Fome firmam parceria que deve ser lançada em 2026. (Foto: Larissa Morena)

A primeira-dama Lia de Freitas narrou vivências em cozinhas Ceará Sem Fome e pedidos por parte das agentes populares de segurança alimentar, durante as rodas de conversa realizadas neste ano, que comprovam a importância da parceria entre a política pública e a Sesa. “O que vemos nas cozinhas é um cuidado que alcança muito mais gente do que o número oficial registra, porque cada núcleo familiar é maior e mais complexo do que o cadastro consegue mostrar. Por isso, integrar esse trabalho com a saúde é tão importante: onde há uma criança vulnerável, quase sempre há uma família inteira precisando de cuidado”, afirmou.

Primeira-dama Lia de Freitas narra vivências. (Foto: Larissa Morena)

A ação terá início com um projeto piloto em Fortaleza, com possibilidade de expansão para outras regiões após avaliação dos primeiros resultados. O Conselho das Secretarias Municipais de Saúde (Cosems) ficará responsável por apresentar o plano de trabalho que vai orientar as próximas etapas.

“A saúde já desenvolve algumas ações junto às cozinhas desde o início do Programa”, destacou a nutricionista do Programa Ceará Sem Fome, Isadora Meneses. Segundo a profissional, a institucionalização dessa parceria é essencial para conhecer melhor o estado de saúde das pessoas atendidas e ampliar o cuidado. “Já iniciamos conversas com a Prefeitura de Fortaleza para acompanhar os resultados mais de perto. Também temos observado iniciativas espontâneas nos territórios, como ações de saúde mental e visitas de agentes comunitários a famílias atendidas. A proposta é mapear tudo isso de maneira organizada, institucionalizar essas práticas e expandi-las”, explicou.

A nutricionista Isadora Meneses defende integração entre saúde e segurança alimentar. (Foto: Larissa Morena)

Thaís Facó, coordenadora da Atenção Primária da Sesa compreende que a proposta é monitorar as condições de saúde dessa população para que o Programa avance para além da entrega de uma refeição, trabalho que já vem sendo posto em prática a partir das frente não emergenciais do Ceará Sem Fome. “Há evidências científicas, como as relacionadas ao Bolsa Família, que mostram impacto direto em indicadores como redução da mortalidade infantil. A expectativa é que, com essa integração, também possamos observar melhorias em áreas como cobertura vacinal, controle de doenças crônicas e prevenção da mortalidade infantil. Muitas dessas ações já fazem parte da rotina da atenção primária”, disse.

Programa Ceará Sem Fome

O Ceará Sem Fome é um programa permanente do Governo do Ceará voltado ao combate à fome e à promoção da segurança alimentar no estado. A iniciativa atua em três frentes emergenciais: o Cartão Ceará Sem Fome, no valor de R$ 300, que beneficia mais de 47 mil famílias; uma rede com mais de 1.300 cozinhas sociais, responsáveis por servir mais de 130 mil refeições diariamente; e campanhas solidárias que já arrecadaram mais de 500 toneladas de alimentos em grandes eventos.

Em junho de 2024, o Governo do Estado lançou o eixo Ceará Sem Fome +Qualificação e Renda, que tem como objetivo criar oportunidades de autonomia econômica e social para beneficiários e voluntários do programa. A estratégia integra qualificação profissional, inserção no mercado de trabalho, empreendedorismo e crédito produtivo orientado, valorizando os saberes locais, fortalecendo o protagonismo comunitário e incentivando alternativas sustentáveis de geração de renda.

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